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quarta-feira, 27 de março de 2013

O Bacanal Evangélico e o Nocaute aos Direitos Humanos no Brasil

Outro dia escrevi, no facebook, sobre a moderação, o meio-termo e a não radicalidade das opiniões, mas a cada dia que passa fico mais incomodado com o que ocorre à minha volta. De fato, eu havia me prometido que não entraria no mérito religioso e que não participaria dessa polêmica guerra civil ideológica que nossa sociedade está vivendo. Mas se vocês bem me conhecem, estavam só esperando para ver quanto tempo eu agüentaria, não é? Pois é, pouco.

Ocorre que a cada dia que passa eu vejo que estamos caminhando para uma sociedade extremamente intolerante e radical. As igrejas evangélicas, com seus controversos líderes infiltrados no seio da representação democrática, estão criando um exército disposto a tudo para defender os 'princípios cristãos'. Sob a pele de cordeiro da 'liberdade de expressão' está escondida a mais perversa e perigosa postura inquisidora. A já conhecida perversidade humana - aquela que nos faz vibrar e aplaudir quando um bandido é morto, ou quando ocorre uma chacina em um presídio - une-se a uma manipulação dogmático-religiosa e a um radicalismo altamente nocivos ao convívio social.

As propostas da bancada evangélica e sua postura só demonstram que ela não tem interesse absolutamente algum em promover justiça e paz social. Ora, um país em paz e com justiça social representaria um grande risco para a sua dominação. Os líderes evangélicos conduzem suas ovelhas e as adestram para serem obedientes e acríticas, e tem funcionado. Ora, o evangelho de Cristo eles jogam na lata do lixo. O evangelho do amor para eles não tem valor. A interpretação conveniente da bíblia é feita pelos pastores e aceita pelas ovelhas. Então, eles criam um novo evangelho, um evangelho que não é bem assim de Cristo. É uma doutrina torta, moldada, que serve a interesses escusos e vis. Uma doutrina que tem êxito ante as mentes mais reacionárias e cruéis. Está se formando um grande exército da intolerância, que tem demonstrado sua crueldade especialmente por meio das redes sociais. São militantes treinados para mentir, incitar o ódio, distorcer discursos e praticar todo tipo de mal que conseguirem, sob o pretexto de estarem em defesa da moral, da família e dos bons costumes. Pasmem! O exército cresce e ganha força. Arrisco-me até a dizer que seja uma nova corrente teológica: a teologia do ódio. Gente que xinga, difama, mente, agride e, quem sabe em breve, queima os pecadores na fogueira.

Tenho pavor do que está por vir, não parece nem um pouco esperançoso. A influência evangélica aumenta na política e a cada dia a democracia leva um soco na cara: como, por exemplo, um partido que se denomina cristão e participa de um conluio para colocar um líder religioso que discursa contra minorias na presidência de uma comissão que trata exatamente deste assunto, para tirar o foco de outras posturas ainda mais inadmissíveis; ou ainda, a proposta de entidades religiosas poderem questionar a constitucionalidade de leis junto ao STF. Querer suprimir a Constituição de um país por um livro religioso não tem nada de belo, nem é digno de aplausos. O Brasil retrocede rumo a uma triste e sombria teocracia.

A violência praticada pela supressão dos direitos à liberdade, em suas mais variadas formas, é digna de lágrimas. Lágrimas de sangue, de todos aqueles que sofreram, lutaram e se sacrificaram na expectativa de que nós vivêssemos numa sociedade mais digna, justa e tolerante. Os religiosos que conduzem o seu gado por esse caminho de intrigas e enganos banham-se no sangue inocente de todos aqueles que morrem em virtude dessas posturas. E, como porcos, chafurdam num lamaçal de corrupção, ganância e mentiras.

Estamos presenciando um momento histórico, uma nova cruzada, uma 'guerra santa', em território brasileiro. Acho que a história não conseguiu ensinar nada a ninguém. Ou melhor, acho que a história não conseguiu abrir os olhos da grande massa, dita povo. Ela continua ignara - estúpida mesmo - e com uma criticidade medíocre, se é que há alguma. A pergunta que fica é: será que ainda resta esperança?



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Intolerante e Incoerente Adulto

Chega um ponto da vida em que começamos a ter uma maior capacidade de análise do mundo e dos fenômenos que nos aparecem. Alguns dizem que isso acontece porque ficamos adultos, porque amadurecemos, porque evoluímos, porque transcendemos. O fato é que com o passar do tempo é natural que nos tornemos mais críticos e é aí que corremos o grande risco de nos tornarmos intolerantes.

Uma criança, por exemplo, não carrega em si a intransigência, o preconceito e a intolerância que percebemos em grande parte dos ditos adultos de hoje. Isso vem com o tempo, com as influências e, pasmem, com a "maturidade". O maior problema é que esses adultos serão os formadores das novas crianças e assim temos o efeito da bola de neve que tem levado o ser humano à condição deplorável que tanto temos discutido.

Temos sim o direito de criticar os coloridos, o fenômeno Restart, por exemplo. Mas o direito de criticar não é o direito de achincalhar, nem de tentar "enfiar na cabeça" dos adolescentes e/ou pré-adolescentes a "boa" música. Isso é arrogância! Muitos adultos que tentam fazer isso, curtiram Polegar, Dominó e afins, há alguns anos. E vamos combinar que não há muita diferença. 

A violência praticada contra os emos é um outro exemplo do combate ao "anormal". Sim, porque, na verdade, toda essa intolerância é baseada no fato de que esses grupos fogem da normalidade. E se não são normais, devem ser "corrigidos" para que a ordem seja mantida. É a mesma justificativa usada para crimes homofóbicos ou racistas. 

Por que o diferente incomoda tanto? Do que os "normais" têm medo? De quem é o direito de ditar a normalidade?

Vocês não acham extremamente incoerente que os "normais" reúnam suas famílias e sejam audiência para o BBB, por exemplo? Porque, convenhamos, o reality show está mais para o making of de um filme pornô. Ah, mas filme pornô é normal, né? Anormal e agressivo é ver dois homens de mãos dadas na rua!

Aliás, acho "engraçado" quando ouço de amigos que dizem repugnar a homofobia: "Não tenho nada contra homossexuais, mas não sou obrigado a ver dois homens se beijando. Como vou levar meus filhos/sobrinhos no shopping para que eles presenciem uma cena como essa?" Ora, se se encara a homossexualidade como algo natural, como apregoam, não deveria  haver problema em falar sobre ela.

Quando falamos de religião então, as proporções são ainda maiores. Experimente não seguir o padrão da sociedade e se declarar espírita ou umbandista, por exemplo. Macumbeiro(a)!

Ao criticar esses preconceito, intolerância, intransigência, incoerência, hipocrisia e outros tantos adjetivos depreciativos do ser humano em idade adulta, alguns podem dizer que eu estou sendo incoerente, pois todos sabem que o "politicamente correto" me irrita, ou melhor, a ditadura do "politicamente correto". Talvez até mesmo porque essa seja uma tentativa de imposição de uma nova normalidade. E normalidade não deve ser algo imposto ou ditado.

É muito cômodo passarmos pela vida sem nada acrescentar, somente repetindo aquilo que já existe. Chegou a hora de repensarmos discursos e atitudes e colocá-los em prática naturalmente. Evoluir não é fácil, mas ninguém disse que seria. Quem aceita o desafio?


sexta-feira, 22 de maio de 2009

"Deus quer o homem no leme"

É pessoal, logo na minha estréia no twitter me deparo com um post da Agnes com um link que levava à entrevista feita pela revista Época com a (suposta) escritora e (ex) atriz Maria Mariana.

Na verdade, achei que aquela entrevista foi apenas um golpe de marketing de extremo mau gosto. Mas golpe de marketing ou não, o fato é que a entrevistada externou uma opinião extremamente machista sob o pretexto de defesa da instituição da família.

Aliás, vocês já perceberam como as pessoas se utilizam desse argumento (a defesa da família) para expor seus preconceitos e radicalismos?

Confira a entrevista na íntegra.