segunda-feira, 18 de abril de 2011

Discompasso com Mundo Livre S/A - Um show de desorganização!

Depois de um mês sem postar aqui no blog, volto a escrever, novamente para reclamar. Parece que não tenho tido sorte com os eventos que desejo prestigiar. Dessa vez a decepção foi com o Projeto Discompasso que trouxe a banda pernambucana Mundo Livre S/A, no dia 16 de abril, sábado. Serei bem objetivo no relato, até para não reavivar toda a raiva que passei naquela fatídica noite.

Compramos os ingressos antecipadamente ao preço de R$ 20,00 para garantir que realmente iríamos assistir aos shows, visto que o e-flyer informava que os ingressos eram limitados. Ficamos na expectativa para que a noite de sábado chegasse logo, afinal já tínhamos assistido a um show do Mundo Livre S/A em Ilha Solteira e sabíamos que os caras eram bons. Segundo alguns amigos as outras duas bandas que iriam tocar, Rádiocarbono e Chimpanzés de Gaveta, também eram excelentes.

Finalmente, chegou o sábado. Já não chegamos cedo porque sabemos dos longos e deselegantes atrasos que caracterizam os eventos em Goiânia. Enfim, chegamos por volta de meia-noite e começamos a presenciar uma série de amadorismos.

Havia uma fila na porta do Martim Cererê, local onde foi realizado o evento, de, aproximadamente, trinta minutos de espera para entrar (com o ingresso na mão!). Pois bem, entramos e quando vi a quantidade de pessoas que estava lá dentro pensei: se todos quiserem assistir aos shows, o que seria absolutamente normal, não vai caber. Mas tudo bem, resolvi tomar uma cerveja para relaxar um pouco e esquecer a impressão ruim que tive de início.

Entramos na desorganizadíssima fila (?) do caixa para comprar as fichas de cerveja. Tic tac tic tac... QUARENTA MINUTOS DEPOIS, conseguimos. A cerveja estava geladíssima, o que já parecia ser um bom indício. Mas já passava da 1h20min e nada da banda Chimpanzés de Gaveta se apresentar. Ao comentar com um amigo, ele nos diz que o show da banda foi cancelado à revelia da banda, pelo motivo de atraso na passagem de som do evento.

Depois das 2h da manhã começa o show do Mundo Livre S/A, na caixa d'água. Para quem não conhece, o Martim Cererê tem dois teatros, cada um é uma caixa d'água, literalmente. São duas caixas d'água que na verdade tinham a função de salas de tortura de presos na época da ditadura. Explicação dada, retornemos ao show.

Entramos no "teatro" antes que lotasse e não nos coubesse mais. Fazia um calor insuportável lá dentro, pois o ar-condicionado não estava e nem foi ligado. Ao final da primeira música, o vocalista reclama dos dois holofotes que colocaram na cara dele: "porra tem uma luz aqui que tá foda, tá derretendo até o microfone". Muita gente mal-educada, empurra-empurra, cigarros acesos queimando a gente, enfim, um horror. O incômodo era tão grande que não consegui prestar atenção a nenhuma das cinco músicas que rolaram enquanto eu agüentei ficar naquele lugar. Resolvi sair para pegar uma cerveja, respirar um pouco e voltar para curtir o resto do show. O alívio de sair daquele calabouço é uma sensação inenarrável. 

Cheguei ao bar e fui informado pelo atendente que a cerveja gelada tinha acabado! Sim, ainda não eram 3h da manhã, o show ainda iria rolar por mais algum tempo e a cerveja gelada acabou! Sinceramente, não aceito tomar cerveja com gelo, como me sugeriram.

Gisele resolveu pedir a pizza. Pediu de tomate com manjericão, que era a ficha que tinha comprado. A atendente lhe pergunta se pode substituir o manjericão por orégano, pois o primeiro havia acabado. Ela não aceitou. Eu nem entendi porque não, já que orégano e manjericão são duas coisas tão semelhantes (#ironia). Não esperávamos uma gafe dessas da P de Pizza. Sim, a pizza era da P de Pizza!


Fiquei desanimado para voltar àquele ambiente insalubre sem sequer uma cerveja gelada para aliviar o calor. Resolvemos, então, devolver as fichas de cerveja que ainda tínhamos. Quando chegamos ao caixa para efetuar a devolução ouvimos: "estamos sem dinheiro". COMO ASSIM? Duzentas e cinqüenta mil setecentas e noventa pessoas compraram fichas  e não tem dinheiro? Bastou fazer uma pressão para que o dinheiro "aparecesse".

O que nos restava, então? Ir embora, é claro. Depois de passar por todo esse amadorismo e falta de respeito o melhor a fazer é ir para casa dormir e tentar esquecer do show que foi muito maior que o da banda, não sem antes passar por mais uma: o segurança fecha o portão no braço do Rui, numa atitude muito grosseira, atitude, aliás, recorrente no comportamento das equipes de segurança, em Goiânia.

Constatação: R$ 20,00 jogados no lixo e muita, mas muita dor de cabeça.